1 de dezembro de 2011

Passos envia um recado a Cavaco

Pedro Passos Coelho enviou ontem um recado claro a Cavaco Silva: "O Governo não foi eleito para expressar as opiniões do Presidente." Logo a seguir, na entrevista ao ‘Jornal da Noite’, na SIC, disse não querer pôr Mário Soares no mesmo plano de Manuela Ferreira Leite, referindo--se às críticas de ambos ao Orçamento do Estado (OE) de 2012.

O primeiro-ministro afirmara antes que as críticas de Belém ao OE não põem em causa as relações institucionais, uma vez que também "o Presidente da República não foi eleito para representar o PSD". Mas Passos Coelho fez questão de sublinhar que o seu papel é demonstrar lá fora, aos parceiros europeus, que não existe "um problema entre os órgãos de soberania" na aplicação do memorando da troika. Se Cavaco Silva encontrar dúvidas no OE, "estará no seu direito" e "tem prazos próprios para o fazer", acrescentou.
Quanto à diferença entre as promessas de redução dos impostos que fez na campanha eleitoral e a prática como chefe do Governo, Passos Coelho disse ter encontrado "uma situação dramática" e que "Portugal se encaminhava para a bancarrota".
Reconheceu, porém, que "os portugueses têm uma das cargas fiscais mais elevadas da Europa". Ainda assim, garantiu: "O nosso objectivo é libertar o País de uma carga fiscal excessiva."
"Quero sublinhar a forma responsável como o líder do PS se comportou durante o processo orçamental", disse Passos, referindo-se a Seguro, no dia em que foi aprovado o OE.
"Há riscos na execução do Orçamento", reconheceu, admitindo medidas adicionais em caso de "declínio económico", sem no entanto as especificar: "Não quero neste momento dizer quais."
Sobre os problemas de liquidez das empresas públicas, Pedro Passos Coelho afirmou que estas irão precisar, durante os próximos três anos, de 16 ou 17 mil milhões de euros.

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