4 de junho de 2012



Há quatro anos, Nelson Colaferro vendeu sua concessionária de automóveis em Ribeirão Preto (SP) e saiu pelo mundo atrás de uma ideia de negócio original. Sua intenção era encontrar um produto que já tivesse sido testado no exterior, mas ainda fosse inexplorado no Brasil. Em viagem à Alemanha, conheceu a tecnologia fotovoltaica: placas de silício que captam a luz do sol e a transformam em energia elétrica. Ao retornar ao Brasil, percebeu que poderia explorar esse nicho, já que a energia fotovoltaica corresponderia à necessidade de um grupo de consumidores que se preocupam com a preservação do planeta.

Depois de fechar uma parceria com a Suntech Power, empresa chinesa especializada em equipamentos para captação de energia solar, Colaferro criou a Blue Sol ao lado dos dois filhos — José Renato, 26 anos, e Luis Otavio, 23. Com um investimento de R$ 1 milhão, a empresa começou a operar no início de 2010, quando Colaferro passou o comando do negócio para os herdeiros, permanecendo como conselheiro. Coube a José Renato e Luis Otavio criar uma rede com 23 representantes, abrir escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro, além da sede em Ribeirão Preto, e investir R$ 3 mil na divulgação da empresa em redes sociais. “Nossos projetos atendem desde clientes que querem usar a energia solar para abastecer a casa inteira até quem precisa de apenas um poste para iluminar uma área na fazenda em que a rede elétrica não chega”, diz José Renato. Em 2011, a Blue Sol alcançou 815 clientes cadastrados e faturou R$ 1,5 milhão. “Ainda temos muito para crescer. O Brasil tem um mercado potencial neste segmento de 30 milhões de residências”, diz Luis Otavio. Para este ano, a expectativa é faturar R$ 5 milhões.

NA PONTA DO LÁPIS > Uma casa que consome R$ 150 por mês em energia elétrica precisaria ser abastecida por um sistema fotovoltaico avaliado em R$ 16 mil. Como não seria mais necessário gastar com energia elétrica após a instalação, estima-se que esse custo seria amortizado em cerca de nove anos. No entanto, com a expansão do uso da energia fotovoltaica, a previsão da Blue Sol é que o custo da tecnologia caia 10% ao ano até 2015.

TELHADO ECOLÓGICO > Os sócios José Renato e Luis Otavio instalam módulos fotovoltaicos em uma residência de Ribeirão Preto. São painéis com dimensões que variam de 1 m² a 2 m², compostos de materiais semicondutores — o principal é o silício. Ao receber os raios solares, as placas convertem a energia dos fótons em energia dos elétrons: o movimento dessas partículas é o que gera a corrente elétrica.

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